Implementação de IA Agêntica: Guia Prático para Workflows Personalizados

Você sabia que o mercado de IA agêntica deve saltar de US$ 5,1 bilhões em 2024 para impressionantes US$ 52,6 bilhões até 2030?1 Esses números impressionam, mas o que realmente está acontecendo por trás dessa expansão?

Hoje nós temos uma nova forma de inteligência artificial que vai além do que estávamos acostumados a ver. Diferente da IA tradicional que apenas responde ao que pedimos, a IA agêntica toma suas próprias decisões e realiza tarefas automaticamente, sem precisar de instruções detalhadas para cada passo23. É como se ela pensasse por conta própria – embora sabemos que não é bem assim.

Pode olhar ao seu redor e vai perceber que as organizações já começaram a usar esses agentes virtuais de IA de várias formas diferentes – desde ferramentas simples que melhoram o que já fazemos até sistemas que automatizam fluxos de trabalho inteiros4. O interessante desses sistemas é que eles conseguem aprender com suas experiências e criar planos com várias etapas para resolver problemas complexos5.

As características principais incluem autonomia, orientação a objetivos, adaptabilidade, capacidade de melhorar sozinhos e interatividade3. Mas a pergunta que fica é: como podemos usar isso na prática?

Neste guia, você vai descobrir exemplos concretos de como implementar essas tecnologias, estratégias para lidar com os desafios que vão aparecer no caminho, e um roteiro completo para criar workflows personalizados que podem mudar a forma como sua empresa opera.

Conceitos Fundamentais de IA Agêntica e Workflows Personalizados

Diagram showing the autonomous AI agent workflow with execution, task creation, and prioritization agents using GPT-4.

Image Source: Simform

A IA agêntica representa uma mudança fundamental na forma como pensamos sobre inteligência artificial. Para realmente entender o que ela oferece, precisamos primeiro compreender como ela se diferencia do que já conhecemos.

Diferença entre IA Agêntica e IA Tradicional

Quando interagimos com IA tradicional, estamos basicamente conversando com algo que só responde ao que perguntamos. Ela opera sob um modelo reativo, respondendo a comandos específicos ou analisando dados conforme instruções que alguém programou antes6. É como ter um assistente que só faz exatamente o que você manda, sem tomar iniciativa própria.

A IA agêntica funciona de forma completamente diferente. Ela é proativa, tomando iniciativa com base na análise de ambientes complexos. Enquanto a IA generativa se concentra em criar conteúdo baseado em padrões que aprendeu, a IA agêntica vai além – ela aplica esses resultados para alcançar metas específicas6.

A principal diferença está na autonomia e capacidade de decisão. Os sistemas tradicionais dependem de algoritmos ou regras que alguém definiu previamente, exigindo que uma pessoa esteja sempre supervisionando. Já a IA agêntica demonstra comportamento autônomo, consegue avaliar situações e determinar o caminho a seguir com pouca ou nenhuma ajuda humana6.

O interessante é que ela consegue aprender e operar sozinha, otimizando fluxos de trabalho e executando tarefas complexas sem precisar de alguém controlando cada passo. Dessa forma, pode gerenciar processos de negócios autonomamente, como reordenar suprimentos ou otimizar operações da cadeia de suprimentos6.

O que são agentes autônomos e como funcionam

Agentes autônomos são sistemas de IA projetados para executar tarefas de forma independente, sem precisar de alguém segurando na mão o tempo todo. Eles tomam decisões, planejam ações e se adaptam a diferentes situações para alcançar objetivos específicos7.

O funcionamento desses agentes segue um processo de quatro etapas que funciona assim:

  1. Percepção: Coletam e processam dados do ambiente – sensores, bancos de dados, interfaces de usuário8.
  2. Raciocínio: Analisam os dados coletados para entender o contexto e identificar soluções possíveis, geralmente usando um Modelo de Linguagem Grande (LLM) como orquestrador6.
  3. Ação: Tomam medidas concretas baseadas na análise, executando tarefas, tomando decisões ou interagindo com outros sistemas8.
  4. Aprendizado: Melhoram continuamente através do feedback recebido, refinando suas ações futuras8.

Esses agentes usam técnicas avançadas como processamento de linguagem natural, aprendizado de máquina e análise de dados em tempo real. As características principais incluem autonomia, adaptabilidade, interatividade e aprendizado contínuo9.

Visão geral de workflows agênticos

Os workflows agênticos são sistemas orientados por IA que operam autonomamente, se adaptam às mudanças nas condições e executam tarefas de forma inteligente sem supervisão humana constante10. Eles representam sequências de trabalhos bem definidos executados dinamicamente por agentes de IA como parte de uma automação de processos empresariais completa11.

Aqui é importante entendermos que esses fluxos de trabalho são baseados em três pilares fundamentais:

  • Coleta e processamento de dados: Os agentes coletam informações do ambiente para informar a tomada de decisões10.
  • Análise e determinação de ações: Analisam dados coletados e determinam o melhor curso de ação baseado em metas predefinidas10.
  • Execução e aprendizado: Executam ações e aprendem com os resultados para melhoramento contínuo10.

A orquestração de IA desempenha um papel fundamental nos workflows agênticos, coordenando e gerenciando sistemas e agentes. As plataformas de orquestração automatizam fluxos de trabalho, rastreiam o progresso, gerenciam recursos e lidam com eventos de falha12.

Com a arquitetura adequada, múltiplos agentes podem trabalhar juntos, seja em hierarquia vertical com um modelo “condutor” supervisionando outros agentes, ou em estrutura horizontal descentralizada com agentes trabalhando como iguais12.

Etapas para Construção de um Agente IA com Propósito Específico

Diagram illustrating the AI agent development process for business automation in three steps: requirements analysis, technology stack selection, and architecture design.

Image Source: Kodexo Labs

Construir um agente de IA que realmente funciona não é tão simples quanto parece nos tutoriais que vemos por aí. Já vi muita gente criar agentes que pareciam impressionantes na teoria, mas que na prática não resolviam problema nenhum.

Para criar algo que realmente atenda às necessidades do seu negócio, você precisa seguir algumas etapas bem específicas. E acredite, pular alguma dessas etapas vai te custar tempo e dinheiro depois.

Definição do objetivo do agente

O primeiro erro que vejo acontecer é querer criar um agente que faça “tudo”. Sem objetivos bem delineados, seu agente de IA vai ser como aqueles funcionários que fazem de tudo um pouco, mas nada bem feito. Os objetivos precisam ser específicos, alcançáveis, mensuráveis e quantificáveis para garantir o sucesso13.

Durante esta fase, faça as perguntas certas:

  • Quais problemas específicos o agente resolverá
  • Quais tarefas ele executará autonomamente
  • Qual público-alvo ele atenderá
  • Quais situações ou casos de uso ele deverá cobrir

Aqui é fundamental estabelecer KPIs claros que permitam medir o desempenho do agente e usar estes dados para melhorar o modelo ao longo do tempo13. Por exemplo, se você está criando um agente de atendimento ao cliente, métricas como tempo de resolução e satisfação do usuário vão te mostrar se ele está funcionando ou não.

Escolha do modelo fundacional (ex: GPT-4, Claude)

A escolha do modelo fundacional é como escolher o motor do seu carro – vai determinar o que ele consegue fazer. Hoje temos opções como Claude Opus 4 e GPT-4o que funcionam bem para agentes autônomos.

O Claude Opus 4, por exemplo, consegue trabalhar de forma autônoma por até 7 horas segundo a Anthropic – praticamente um trabalho autônomo por até 7 horas expediente completo14. Isso impressiona, mas também assusta um pouco quando pensamos nas implicações.

Na hora de escolher seu modelo, considere:

  • Capacidade de processamento de contexto (alguns modelos conseguem processar até 150.000 palavras)
  • Qualidade do raciocínio e tomada de decisões
  • Habilidades específicas (como programação, análise de documentos)
  • Custo operacional por token

Configuração de ferramentas específicas via MCP

O Model Context Protocol (MCP) é como uma “porta USB-C para aplicações de IA”15 – permite que os agentes se conectem a sistemas externos de forma padronizada. Essa capacidade é essencial para implementações que funcionam de verdade.

Com o MCP, seu agente pode acessar:

  • APIs corporativas e sistemas antigos
  • Bases de conhecimento específicas
  • Ferramentas de busca e pesquisa
  • Serviços como Google Calendar ou Slack

Para configurar o MCP, você define quais ferramentas o agente vai precisar e usa a sintaxe apropriada para conectá-lo. Por exemplo, para acessar repositórios no GitHub: MCPTool(name="GitHub MCP", url="https://api.github.com/mcp")16.

Exemplo prático: Agente de triagem de currículos

Vou te contar sobre um caso real que funciona: triagem automatizada de currículos. Esse tipo de agente consegue analisar centenas de currículos em segundos, cruzando palavras-chave, competências técnicas e histórico profissional com os requisitos da vaga17.

O processo funciona assim:

  1. Você define objetivos claros (reduzir tempo de contratação, encontrar melhores candidatos)
  2. Prepara dados limpos e organizados para treinar o modelo
  3. Escolhe um modelo adequado para análise de documentos (Claude processa PDFs extensos bem)
  4. Configura integrações com sistemas de RH e ATS
  5. Testa o agente em ambiente controlado antes de usar para valer

O resultado? O agente identifica padrões, compara candidatos com critérios da vaga e os classifica automaticamente, liberando a equipe de RH para trabalhos mais estratégicos17. Mas é importante lembrar que ele ainda precisa de supervisão humana para decisões finais.

Orquestração de Workflows Multiagente com Controle e Escalabilidade

Diagram illustrating a multiple-agent workflow automation solution using Microsoft technologies.

Image Source: Microsoft Learn

Aqui chegamos a uma parte interessante: quando você tem vários agentes de IA trabalhando juntos, as coisas ficam bem mais complicadas. Sistemas que dependem de um único agente com acesso a múltiplas ferramentas frequentemente não conseguem lidar com a complexidade dos fluxos de trabalho modernos.

É como tentar fazer tudo sozinho em vez de ter uma equipe especializada. Pode funcionar para tarefas simples, mas quando a coisa complica, você precisa de pessoas diferentes cuidando de partes diferentes do problema.

Design de fluxos com agentes especializados

A implementação de múltiplos agentes permite dividir problemas complexos em unidades de trabalho especializadas. Cada agente pode se concentrar em um domínio ou recurso específico, reduzindo significativamente a complexidade do código e do prompt18. Essa abordagem espelha estratégias encontradas no trabalho em equipe humano.

Percebo que isso funciona exatamente como uma equipe de trabalho. Você tem o especialista em vendas, o que entende de finanças, o que cuida da logística. Cada um faz o que sabe fazer melhor.

Os fluxos de trabalho agênticos são construídos com base em automação inteligente, permitindo processos automatizados impulsionados por IA que são seguros e regulados11. Todavia, projetar esses fluxos exige pensar em como componentes como RPA, PLN, agentes de IA e integrações vão atuar juntos para criar processos dinâmicos.

Uso de agentes orquestradores e agentes de tarefa

Os agentes orquestradores funcionam como maestros, coordenando múltiplos sistemas para alcançar objetivos complexos. Eles utilizam regras predefinidas, estruturas hierárquicas ou dados em tempo real para delegar tarefas a agentes especializados19.

Mas a pergunta que fica é: como decidir se você quer um chefe coordenando tudo ou se prefere deixar os agentes trabalharem de forma mais independente?

A arquitetura do sistema pode ser vertical, com um modelo “condutor” que supervisiona outros agentes mais simples (ideal para fluxos sequenciais), ou horizontal, com agentes trabalhando de forma descentralizada (mais flexível, porém potencialmente mais lenta)12. A escolha depende das necessidades específicas da aplicação.

Enquanto isso, os agentes de tarefa concentram-se em funções específicas como análise de dados, processamento de documentos ou interação com APIs. É uma divisão bem clara de responsabilidades.

Execução paralela vs sequencial de tarefas

Existem dois padrões principais de execução que você precisa entender:

Orquestração sequencial: Encadeia agentes em ordem linear predefinida, onde cada um processa a saída do anterior, criando um pipeline de transformações. Ideal para processamento passo a passo com dependências claras18. É como uma linha de montagem – cada etapa depende da anterior.

Orquestração simultânea: Executa múltiplos agentes ao mesmo tempo na mesma tarefa, permitindo análises independentes de perspectivas únicas. Reduz o tempo de execução e fornece cobertura abrangente do problema18. Aqui vários agentes trabalham em paralelo, cada um com sua perspectiva.

O padrão fan-out/fan-in demonstra como problemas complexos podem ser divididos, resolvidos em paralelo e depois combinados em um resultado único, melhorando eficiência e qualidade20. É fascinante ver como isso funciona na prática.

Visualização e testes em ambiente sandbox

Os ambientes sandbox são fundamentais para testar implementações agênticas de forma segura antes da implantação completa. Estes ambientes controlados oferecem flexibilidade regulatória e segurança jurídica para experimentar inovações21.

Já vi muita gente pulando essa etapa e se arrependendo depois. Testar em sandbox é como ensaiar antes da apresentação final.

No sandbox, administradores podem executar interações de amostra para avaliar respostas dos agentes, verificar fontes citadas e testar como as interações mudariam se as instruções fossem alteradas22. A metodologia RESMA (Regulatory Sandbox Maturity Assessment) ajuda a identificar falhas e testar a maturidade do ambiente sandbox21.

A visualização clara do fluxo de trabalho facilita ajustes e otimizações, garantindo que os agentes funcionem como esperado antes da implementação em ambiente de produção. Melhor pecar pelo excesso de cautela do que descobrir problemas quando já está tudo funcionando para os usuários.

Ferramentas e Tecnologias para Implementação Prática

Hoje nós temos à nossa disposição uma quantidade impressionante de ferramentas para criar agentes de IA. O que mais me chama atenção é como essas tecnologias se tornaram acessíveis para pessoas que não sabem programar.

Plataformas no-code para criação de agentes

Você já parou para pensar no quanto o mundo mudou? Não faz muito tempo, criar um sistema inteligente exigia anos de estudo em programação. Hoje, as plataformas no-code e low-code surgiram como resposta à crescente demanda por desenvolvimento de software e à escassez de profissionais especializados23. É impressionante como essas ferramentas democratizam a tecnologia, permitindo que usuários sem conhecimento técnico aprofundado criem seus próprios agentes de IA.

Entre as opções que mais se destacam estão:

  • Dante – Ideal para iniciantes, com interface fácil e configurações prontas24
  • Chatvolt – Utiliza modelos avançados como ChatGPT e outras 39 LLM’s para reduzir custos operacionais24
  • Dify – Focada em análise preditiva e otimização de processos24
  • Synthflow – Especializada em interações naturais com usuários24

Outras ferramentas notáveis incluem Lang Chain, que permite montar chatbots sem código, e o recente Agent Builder da OpenAI, que oferece uma plataforma no-code com interface visual intuitiva25.

Mas isso me faz pensar: será que estamos preparados para um mundo onde qualquer pessoa pode criar agentes de IA? É uma questão interessante.

Integração com APIs e sistemas legados

A integração de agentes de IA com sistemas corporativos existentes tem sido realmente um divisor de águas para automações inteligentes. Essa conectividade permite acesso a diversas fontes de dados organizacionais, desde sistemas CRM e ERP até ferramentas de RH26.

Plataformas como IBM webMethods Hybrid Integration oferecem desenvolvimento, implementação e monitoramento abrangentes de diversos padrões de integração27. Além disso, iPaaS (Integration Platform as a Service) surge como solução eficiente para conectar IA agêntica a dados e sistemas com pouco código, proporcionando conectividade abrangente e gerenciamento de APIs28.

A Vertex AI do Google Cloud apresenta um conjunto completo de ferramentas para treinar, criar e implantar modelos, incluindo APIs pré-treinadas e ferramentas de MLOps para gerenciar todo o ciclo de vida do machine learning8.

Uso de ferramentas genéricas e específicas (ex: RAG, OCR)

Uma das técnicas que mais tem me impressionado é a Retrieval-Augmented Generation (RAG). Esta ferramenta é fundamental para agentes de IA porque otimiza a saída de modelos de linguagem, fazendo referência a bases de conhecimento confiáveis fora das fontes de treinamento29.

Os benefícios da RAG incluem:

  • Implementação econômica sem necessidade de retreinar modelos
  • Acesso a informações atualizadas
  • Maior confiança dos usuários através de atribuição de fontes29

Para implementação avançada, frameworks como LangChain, LlamaIndex e LangGraph permitem criar sistemas RAG agênticos com diferentes tipos de agentes especializados: roteamento, planejamento de consultas, ReAct, e planejamento e execução30.

Conectividade via Model Context Protocol (MCP)

O Model Context Protocol (MCP) representa algo realmente significativo na integração de IA agêntica. Funcionando como forma padronizada para disponibilizar informações a modelos de linguagem, o MCP permite que programas de IA excedam seu treinamento inicial, incorporando novas fontes de informação31.

Desenvolvido pela Anthropic e posteriormente disponibilizado como código aberto, o MCP rapidamente se tornou padrão do setor. Ele adota uma arquitetura cliente-servidor, onde o agente de IA (cliente) envia solicitações aos servidores que respondem31.

Esta padronização é interessante porque transforma um problema de múltiplas integrações customizadas em uma solução escalável, semelhante ao que o Language Server Protocol fez no desenvolvimento de software32. Em março de 2025, tanto OpenAI quanto Google anunciaram suporte ao MCP, confirmando-o como padrão emergente para IA agêntica33.

É fascinante observar como essas tecnologias estão moldando o futuro dos negócios, mas também nos faz questionar sobre os impactos de longo prazo dessa acessibilidade toda.

Desafios e Considerações na Implementação de IA Agêntica

Aqui chegamos numa parte importante que todos nós precisamos enfrentar na prática. A implementação de IA agêntica não é só sobre tecnologia avançada e possibilidades infinitas – existem obstáculos reais que podem complicar muito as coisas se não estivermos preparados.

Governança e conformidade de dados

Pode parecer estranho, mas um dos maiores problemas não está na tecnologia em si, mas nos dados que alimentamos para esses agentes. De acordo com pesquisas recentes, 46% dos líderes brasileiros temem que sua base de dados não esteja preparada para aproveitar todo o potencial da tecnologia, enquanto 47% afirmam não conter as salvaguardas essenciais para garantir segurança no uso da IA34.

Pense nisso: se você alimenta um agente autônomo com dados incompletos ou tendenciosos, ele vai tomar decisões baseado nessas informações problemáticas. E pior ainda, ele vai fazer isso autonomamente, sem parar para questionar se está certo ou errado35.

Não é exagero dizer que a governança de dados se tornou elemento central no contexto de IA agêntica. As organizações precisam estabelecer frameworks robustos de compliance não só para cumprir regulamentações, mas para garantir que os agentes funcionem de forma responsável.

Monitoramento de performance e custo por token

Todo mundo se empolga com as capacidades dos agentes de IA, mas poucos param para pensar no custo real dessa tecnologia. Cada interação consome “tokens” – unidades básicas de processamento de texto que incluem tanto os prompts que você envia quanto as respostas geradas36.

O cálculo é bem direto: (Tokens de Entrada/1M) × Preço Entrada + (Tokens de Saída/1M) × Preço Saída36. Parece simples, mas quando você tem agentes funcionando 24 horas por dia, tomando decisões e processando informações constantemente, esses custos podem crescer muito rápido.

Por isso ferramentas de monitoramento são fundamentais para visualizar o uso de tokens, desempenho e custos por modelo. Sem esse acompanhamento, você pode ter surpresas desagradáveis na conta no final do mês.

Limitações técnicas e integração com sistemas legados

A realidade é que a maioria das empresas ainda trabalha com sistemas antigos que não foram projetados para se comunicar com tecnologias modernas37. É como tentar conectar um smartphone moderno numa televisão dos anos 90 – teoricamente possível, mas vai dar muito trabalho.

Soluções como APIs e middleware ajudam a criar essa ponte entre o velho e o novo, mas mesmo assim não é um processo simples. A abordagem em fases, priorizando áreas-chave, minimiza riscos e custos, mas ainda assim exige planejamento cuidadoso e investimento considerável38.

Exigências de segurança e autenticação corporativa

Aqui temos um problema que cresce junto com a autonomia dos agentes. Quanto mais independentes eles se tornam, maior a preocupação com segurança. Medidas como criptografia e controles de acesso são essenciais para proteger informações confidenciais26.

E tem uma questão ainda mais preocupante: ataques adversariais, onde criminosos desenvolvem suas próprias IAs para burlar os modelos de defesa39. É uma corrida tecnológica onde os dois lados estão constantemente evoluindo.

Como disse um especialista: “Para cada coisa que os agentes fazem, você precisa saber exatamente o que está acontecendo e ser capaz de rastrear e controlar”35. A transparência e rastreabilidade das ações se tornam fundamentais – não podemos simplesmente confiar que o agente está fazendo tudo certo sem ter como verificar.

Conclusão

Chegamos ao fim deste guia sobre IA agêntica, mas na verdade estamos apenas começando a entender o que essa tecnologia pode significar para nós. Durante nossa conversa aqui, vimos como esses agentes são diferentes do que estávamos acostumados – eles tomam decisões sozinhos, aprendem com o que fazem, e conseguem trabalhar de forma autônoma .

Quando você for implementar sua própria solução, lembre-se das etapas que discutimos: defina bem o que quer que o agente faça, escolha o modelo certo para suas necessidades, configure as ferramentas via MCP e teste bastante antes de colocar tudo para funcionar de verdade.

A orquestração de vários agentes trabalhando juntos realmente pode fazer muita diferença. É como ter uma equipe onde cada um tem sua especialidade – uns cuidam das tarefas específicas, outros coordenam o trabalho todo. Isso torna os processos mais eficientes e precisos.

O que me impressiona é que hoje temos várias ferramentas que facilitam muito essa implementação. Plataformas como Dante e Chatvolt permitem que pessoas sem conhecimento técnico profundo criem seus próprios agentes. Isso democratiza o acesso a essa tecnologia de uma forma que não víamos antes.

Porém, não podemos ignorar os desafios sérios que existem. Questões como governança de dados, monitoramento de custos, limitações técnicas e segurança precisam de atenção cuidadosa. É fundamental saber exatamente o que os agentes estão fazendo e ter controle sobre suas ações.

A pergunta que fica é: até onde queremos que essa automação vá? À medida que a IA agêntica continua evoluindo rapidamente, empresas que começarem a usar essa tecnologia agora terão vantagens importantes. Elas conseguirão otimizar suas operações, reduzir custos e oferecer experiências melhores para clientes e funcionários.

Mas é importante lembrar que, no fundo, estamos lidando com sistemas que, por mais avançados que sejam, não têm vida própria. Eles são ferramentas poderosas, sim, mas ferramentas. E como qualquer ferramenta, o que realmente importa é como nós escolhemos usá-las e para que propósito.

Key Takeaways

Este guia apresenta estratégias práticas para implementar IA agêntica e criar workflows personalizados que transformam operações empresariais:

• Defina objetivos específicos e mensuráveis antes de construir seu agente – sem metas claras, a IA não entregará resultados significativos para seu negócio.

• Utilize plataformas no-code como Dante e Chatvolt para democratizar a criação de agentes, permitindo implementação mesmo sem conhecimento técnico avançado.

• Implemente orquestração multiagente com agentes especializados trabalhando em conjunto – essa abordagem reduz complexidade e aumenta eficiência operacional.

• Monitore custos por token e performance continuamente – cada interação consome recursos financeiros que precisam ser otimizados para viabilidade econômica.

• Priorize governança de dados e segurança desde o início – 46% dos líderes brasileiros temem que suas bases de dados não estejam preparadas para IA agêntica.

A IA agêntica representa uma mudança fundamental da automação reativa para sistemas proativos que tomam decisões autônomas. Com o mercado projetado para crescer de US$ 5,1 bilhões em 2024 para US$ 52,6 bilhões até 2030, empresas que implementarem essas soluções agora terão vantagens competitivas significativas na otimização de processos e redução de custos operacionais.

Referências

[1] – https://www.capgemini.com/dk-en/insights/expert-perspectives/customized-multi-agentic-ai-workflows-made-simple/
[2] – https://www.pega.com/agentic-ai
[3] – https://orkes.io/blog/agentic-ai-explained-agents-vs-workflows/
[4] – https://www.mckinsey.com/capabilities/people-and-organizational-performance/our-insights/the-agentic-organization-contours-of-the-next-paradigm-for-the-ai-era
[5] – https://www.tavus.io/post/ai-agentic-workflows
[6] – https://www.ibm.com/br-pt/think/topics/agentic-ai-vs-generative-ai
[7] – https://forbes.com.br/forbes-tech/2024/10/entenda-quem-sao-e-para-que-servem-os-agentes-autonomos-na-ia/
[8] – https://cloud.google.com/discover/what-is-agentic-ai?hl=pt-BR
[9] – https://about.gitlab.com/pt-br/topics/agentic-ai/
[10] – https://www.salesforce.com/br/agentforce/agentic-workflows/
[11] – https://www.automationanywhere.com/br/rpa/agentic-workflows
[12] – https://www.ibm.com/br-pt/think/topics/agentic-ai
[13] – https://www.oracle.com/br/artificial-intelligence/ai-agents/
[14] – https://canaltech.com.br/inteligencia-artificial/anthropic-lanca-claude-4-com-agente-de-ia-para-concorrer-com-chatgpt/
[15] – https://chatgptbrasil.com.br/2025/04/10/como-conectar-agentes-de-ia-a-mais-de-1-800-ferramentas-com-mcp-o-guia-completo/?srsltid=AfmBOoqOfd-ixqHVlNHPpxv-AcQ0mDC8kcemC6ROuGrKl-dQ-uvV89mz
[16] – https://learn.microsoft.com/pt-pt/agent-framework/user-guide/model-context-protocol/using-mcp-with-foundry-agents
[17] – https://www.lg.com.br/blog/ia-recrutamento-e-selecao/
[18] – https://learn.microsoft.com/pt-br/azure/architecture/ai-ml/guide/ai-agent-design-patterns
[19] – https://pt.linkedin.com/pulse/agentes-de-intelig%C3%AAncia-artificial-ia-orquestradores-vs-fabricio-qkzyf
[20] – https://www.unite.ai/pt/parallel-ai-agents-the-next-scaling-law-for-smarter-machine-intelligence/
[21] – https://www.gov.br/agu/pt-br/comunicacao/noticias/estudo-da-agu-confirma-eficacia-do-sandbox-para-testar-ia-na-resolucao-de-conflitos
[22] – https://www.oracle.com/br/applications/fusion-ai/how-to-create-ai-agent/
[23] – https://blog.dsacademy.com.br/plataformas-no-code-e-low-code-para-construir-agentes-de-ia-e-automatizar-aplicacoes-parte-1-visao-geral/
[24] – https://nocodestartup.io/melhores-ferramentas-agentes-de-inteligencia-artificial/
[25] – https://www.conversion.com.br/blog/openai-agent-builder/
[26] – https://www.uipath.com/pt/ai/agentic-ai
[27] – https://www.ibm.com/br-pt/new/announcements/introducing-webmethods-hybrid-integration
[28] – https://apipass.com.br/por-que-a-integracao-e-crucial-para-o-aproveitamento-da-ia-agentica/
[29] – https://aws.amazon.com/pt/what-is/retrieval-augmented-generation/
[30] – https://www.ibm.com/br-pt/think/topics/agentic-rag
[31] – https://www.cloudflare.com/pt-br/learning/ai/what-is-model-context-protocol-mcp/
[32] – https://blog.dsacademy.com.br/model-context-protocol-mcp-para-sistemas-de-ia-generativa-conceito-aplicacoes-e-desafios/
[33] – https://tqi.com.br/protocolo-mcp-redefinindo-integracao-ia-dados/
[34] – https://decisionreport.com.br/ia-agentica-oportunidade-ou-fonte-de-risco-para-a-si/
[35] – https://www.ibm.com/br-pt/think/insights/ai-agents-2025-expectations-vs-reality
[36] – https://academy.sellflux.com/desvendando-os-custos-da-ia-no-sellflux-guia-completo-dos-modelos/
[37] – https://jovia.com.br/integracao-ia-sistemas-legados/
[38] – https://www.hyland.com/pt/resources/articles/agentic-ai-in-insurance
[39] – https://www.scunna.com/ia-agentica-redefinindo-o-jogo-na-protecao-corporativa/

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